segunda-feira, 3 de agosto de 2009

Digam ao minúsculo que eu fico!





Ontem tomei uma decisão das mais difíceis nos últimos meses: viajar e ignorar todos os sinais da tal gripe, ou simplesmente colocar a segurança do minúsculo em primeiro plano?

Alguns podem dizer: mas você ainda pensou? Sim, pensei...mesmo porque, havia o outro tipo de segurança envolvida aqui - a financeira.

Bradei aos quatro cantos de que o vírus é invisível e de que não há lugar seguro para se estar no momento. E não há mesmo. O fato é que o meu raciocínio não segue mais a mesma lógica!

Tinha uma viagem a trabalho marcada para o México com saída ontem. Estou diretamente ligado a indústria de Turismo, combalida pelos revezes financeiros e pandêmicos da atualidade. Senti-me um embaixador da atividade, acreditando piamente que correria mais riscos aqui do que indo de encontro ao meu, literalmente, destino. Preparei tudo na véspera, comprei os tradicionais regalitos que sempre levo na bagagem para as pessoas queridas, comprei dólares, fiz as malas. Aí, me veio um amargo na boca.

Um dia antes, tia Kaka esteve em casa e tia Bia nem entrou- ela trabalha em um hospital que teve uma alta incidência de casos da NH1N1. Fiquei um pouco perplexo pelo cuidado. Mas achei ok.

Tragado o amargo que o zíper da mala colocou na minha boca, continuei minha rotina pré-viagem. Tudo pronto, sentei no computador para ver a temperatura na capital ˝chalanga˝, ler as últimas notícias e verificar se o voo estava no horário. Foi aí que a coisa se cristalizou: li que uma passageira havia embarcado com gripe de Orlando a SP, com escala na Cidade do Panamá, e pouco antes o avião pousar, teve uma parada cardíaca, em um quadro diagnosticado como pneumonia. Acho que foi como alguém contaminado tivesse espirrado na minha cara.

Para completar, um amigo médico me chama no MSN. Começo a conversar com ele, e ele me afirma que a situação é mais grave do que a mídia tem noticiado (praticamente um fenômeno a mídia arrefecer diante de uma pauta destas). Diz que risco corremos em todo lugar, mas que a probabilidade é algo que podemos controlar.

Olhei pro minúsculo: ele tá lindo, enorme, saudável e sem nada, nem cólicas que possam abalar sua paz e tranquilidade. A Mamagatha tá fazendo um trabalho lindo, dedicada integralmente, segurando um baita rojão dentro de casa...serena. Ao longo dos meus preparativos, manteve-se calma, apenas me seguindo (e pedindo) com os olhos. Quem conhece esses olhos sabe o quanto são expressivos.

Dez anos na firrrrmaaa, embarques para cumprir o dever na mesma semana dos ataques de 11 de setembro, feriados fora de casa, aniversários fora de casa e um histórico razoável para me dar a certeza de que nada é mais importante que o maiúsculo amor que já sinto pelo minúsculo. Mesmo estando apreensivo hoje, pois não estarei in loco para me certificar de que meu trabalho foi realizado com sucesso, posso dizer que tomei a decisão correta. Não só com a razão, mas como o coração também.

Espero que tudo dê certo no evento no México. Pois até agora, tudo tem dado certo na recente vida do minúsculo. E é isso que importa. E é isso que não vai mudar para ele em tudo o que depender de mim.

Um giga-beijo no minúsculo. Um tera-beijo na mãe dele!

Babbo

Um comentário:

Fase do Ovo by Super Egg disse...

Eh, as prioridades naturalmente mudam em nossas vidas! Quando me falavam deste fenomeno achava que vazia parte de pessoas que tem tendência a ser mãe desde pequena e com isso sofrem de um romantismo mexicano (onde tudo eh uma delicia, tudo eh bacana e todas as pessoas são boas). Pois eh, descobri que sou uma romântica a la mexicana, mesmo não tendo brincado de boneca na infância!! Como diz minha mãe, estou surpreendendo ... e agora afirmo, estamos surpreendendo muita gente!!